sábado, 1 de dezembro de 2012

Você sabe o que é o TDAH?







O TDAH pode ser explicado como sendo um desequilíbrio no controle da manutenção do foco, que pode resultar na desatenção ou numa atenção demasiada, com ou sem hiperatividade /impulsividade que termina por prejudicar o desenvolvimento natural do indivíduo.

O TDAH é encontrado em seu portador desde a infância. Alguns pais, professores, adultos em geral, por não terem o devido conhecimento sobre o assunto terminam por classificar os meninos como inquietos, mal-educados, tagarelas, e as meninas como dispersas, tagarelas ou como boazinhas, visto que os sintomas do TDHA se manifestam de forma diferenciada em meninos e meninas.

É fácil encontrarmos adultos com TDAH sem terem conhecimento de seu problema, angustiados por não conseguirem realizar suas atividades pessoais e profissionais devido a esquecimentos, ou por mau gerenciamento de seu tempo, por não conseguirem concluir seus projetos entre outras coisas.  Muitos desses adultos passam a vida toda lutando contra essas características, se rotulando de incompetentes, ou irresponsáveis, tendo dificuldades em seus relacionamentos, sem terem consciência que esses problemas são causados por um desequilíbrio neurobiológico que gera todos esses comportamentos inadequados se não for bem diagnosticado e devidamente tratado/acompanhado a tempo.

Para entendermos melhor do que realmente se trata o TDAH vamos a alguns conceitos a respeito do tema.

Segundo FREITAS (2011) o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade “é uma síndrome ligada ao desenvolvimento neurobiológico que interfere diretamente no comportamento, contudo, por desequilibrar os mecanismos de atenção e memória, muito utilizados na aprendizagem, o TDAH tem contribuído de forma considerável ao fracasso escolar.” (FREITAS, 2011, 131)

Esse transtorno possui três sintomas que se manifestam de formas variadas nas pessoas que têm o TDAH. Os três principais sintomas do TDAH são desatenção, hiperatividade e impulsividade. Contudo se deve ter cuidado com o diagnóstico, pois todas as pessoas em algum momento da vida pode se encontrar desatento ou hiperativo ou impulsivo, por isso faz-se necessário um diagnóstico cuidadoso observando-se os sintomas, sua duração, freqüência, intensidade como também os prejuízos trazidos a pessoa com TDAH. 

Vejamos alguns comportamentos que se manifestam em crianças com TDAH.

Sintomas dos desatentos:

  • Não consegue prestar atenção em detalhes ou comete erros resultantes de descuidos no trabalho escolar
  • Tem dificuldade de manter a atenção nas tarefas ou em jogos
  • Parece não escutar quando falamos diretamente com ela
  • Não segue as instruções completamente e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres
  • Tem dificuldade de organizar tarefas e atividades
  • Evita ou não gosta de tarefas que demandem manter esforço mental (como trabalhos escolares)
  • Seguidamente perde brinquedos, trabalhos, lápis, livros ou ferramentas necessárias para tarefas ou atividades
  • Distrai-se facilmente
  • Frequentemente, tem problemas de memória em atividades cotidianas


Sintomas de Hiperatividade:
  •  Mexe as mãos e o pés o tempo todo e se retorce na cadeira
  •  Levanta-se quando deve permanecer sentado
  • Corre ou sobe em móveis em situações inapropriadas
  • Tem dificuldade de brincar em silêncio
  • Parece frequentemente estar "ligada na tomada" e fala excessivamente


Sintomas de Impulsividade:

  •     Fala antes que as perguntas sejam completadas
  •     Tem dificuldade de aguardar a vez
  •     Interrompe ou se intromete entre os outros (se mete em conversas e jogos)



O diagnóstico:

Deve ser realizado o quanto antes, o mesmo é realizado tendo por base os sintomas que devem se manifestar em mais de um ambiente em que a criança convive. A criança deve apresentar pelo menos 6 sintomas de desatenção, e 6 sintomas de hiperatividade/impulsividade antes dos 7 anos e devem estar presentes pelo menos há 6 meses.

Ai você pode estar perguntado se o TDAH não foi diagnosticado enquanto criança como fazer para saber se um adulto tem TDAH? Pode-se dizer que os sintomas são os mesmos, mas a maneira como eles se manifestam é que é diferenciada.

Devemos levar em consideração que o adulto já está de certa forma “domado”. Bem de certa forma, pois o adulto já aprendeu que todas as suas ações trazem reações, que a sociedade tem regras, então até certo ponto os adultos terminam se controlando. Alguns sintomas de um adulto com possível diagnóstico de TDAH;
  •  Memória ruim
  •  Intolerância à regras/limites
  •  Procrastinação
  •  Dificuldades em terminar atividades já iniciadas
  •  Humor volúvel
  •  Dificuldades em gerenciar seu tempo
  •  Necessidade constante de novidade/ mudança
  • Sentimento de inferioridade
  •  Entre outros.


Deve-se estar atento a presença dos sintomas, visto que muitas vezes alguns dos sintomas podem aparecer devido ao stress, ou alguma fase que o adulto está passando, por isso deve se buscar um médico para que se faça o diagnóstico correto e caso seja confirmado o TDAH seja encaminhado para tratamento que consiste na combinação de terapia com drogas específicas de acordo com o propósito do tratamento.

Para quem se interessa em saber mais abaixo listo alguns sites com mais informações, e alguns vídeos com relatos de adultos com TDAH para maiores esclarecimentos.

Espero ter ajudado a esclarecer algumas dúvidas de quem se interessa pelo tema.

Sites

Vídeos:

Referência Bibliográfica:
Transtornos e dificuldades de aprendizagem: entendendo melhor os alunos com necessidades educativas especiais. (Org.) Simaia Sampaio, Ivana Braga de Freitas. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

domingo, 4 de novembro de 2012

Aprendizagem significativa



Li essa entrevista com  José Manuel Moran que é  Professor de Comunicação na USP (aposentado), que o mesmo concedeu ao Portal Escola Conectada da Fundação Ayrton Senna, publicada em 01/08/2008.

Achei muito interessante e profunda, e necessária a discussão desse tema. Logo estou divulgando essa entrevista, para que possa servir de reflexão a todos nós.

Segue a entrevista.




ESCOLA CONECTADA- O que a escola deve fazer para, formar o aluno em conhecimentos, habilidades, valores, atitudes, formas de pensar e atuar na sociedade através de uma aprendizagem que seja significativa? 

MORAN- A escola precisa re-aprender a ser uma organização efetivamente significativa, inovadora, empreendedora. A escola é previsível demais, burocrática demais, pouco estimulante para os bons professores e alunos. Não há receitas fáceis, nem medidas simples. Mas essa escola está envelhecida nos seus métodos, procedimentos, currículos. A maioria das escolas e universidades se distanciam velozmente da sociedade, das demandas atuais. Sobrevivem porque são os espaços obrigatórios e legitimados pelo Estado. A maior parte do tempo freqüentamos as aulas porque somos obrigados, não por escolha real, por interesse, por motivação, por aproveitamento. As escolas conservadoras e deficientes atrasam o desenvolvimento da sociedade, retardam as mudanças. A escola precisa partir de onde o aluno está, das suas preocupações, necessidades, curiosidades e construir um currículo que dialogue continuamente com a vida, com o cotidiano. Uma escola centrada efetivamente no aluno e não no conteúdo, que desperte curiosidade, interesse. Precisa de bons gestores e educadores, bem remunerados e formados em conhecimentos teóricos, em novas metodologias, no uso das tecnologias de comunicação mais modernas. Educadores que organizem mais atividades significativas do que aulas expositivas, que sejam efetivamente mediadores mais do que informadores. É uma mudança cultural complicada, porque os cursos de formação de professores estão, em geral, distantes tanto das novas metodologias como das tecnologias. A escola precisa cada vez mais incorporar o humano, a afetividade, a ética, mas também as tecnologias de pesquisa e comunicação em tempo real. Mesmo compreendendo as dificuldades brasileiras, a escola que hoje não tem acesso à Internet está deixando de oferecer oportunidades importantes na preparação do aluno para o seu futuro e o do país. 

ESCOLA CONECTADA- Como favorecer a aprendizagem significativa no contexto escolar? 

MORAN- Partindo de situações concretas, de histórias, cases, vídeos, jogos, pesquisa, práticas e ir incorporando informações, reflexões, teoria a partir do concreto. Quanto menor é o aluno mais práticas precisam ser as situações para que ele as perceba como importantes para ele. Não podemos dar tudo pronto no processo de ensino e aprendizagem. Aprender exige envolver-se, pesquisar, ir atrás, produzir novas sínteses fruto de descobertas. O modelo de passar conteúdo e cobrar sua devolução é ridículo. Com tanta informação disponível, o importante para o educador é encontrar a ponte motivadora para que o aluno desperte e saia do estado passivo, de espectador. Aprender hoje é buscar, comparar, pesquisar, produzir, comunicar. Só a aprendizagem viva e motivadora ajuda a progredir. Hoje milhões de alunos passam de um ano para o outro
sem pesquisar, sem gostar de ler, sem situações significativas vividas. Não guardam nada de interessante do que fizeram a maior parte do tempo. Há uma sensação de inutilidade em muitos conteúdos aprendidos só para livrar-se de tarefas obrigatórias. E isso chega até a universidade, tão atrasada ou mais ainda do que a educação básica. É muito tênue o que fazemos em aula para facilitar a aceitação ou provocar a rejeição. É um conjunto de intenções, gestos, palavras, ações que são traduzidos pelos alunos como positivos ou negativos, que facilitam a interação, o desejo de participar de um processo grupal de aprendizagem, de uma aventura pedagógica (desejo de aprender) ou, pelo contrário, levantam barreiras, desconfianças, que desmobilizam. O sucesso pedagógico depende também da capacidade de expressar competência intelectual, de mostrar que conhecemos de forma pessoal determinadas áreas do saber, que as relacionamos com os interesses dos alunos, que podemos aproximar a teoria da prática e a vivência da reflexão teórica. A coerência entre o que o professor fala e o que faz, na vida é um fator importante para o sucesso pedagógico. Se um professor une a competência intelectual, a emocional e a ética causa um profundo impacto nos alunos. Estes estão muito atentos à pessoa do professor, não somente ao que fala. A pessoa fala mais que as palavras. A junção da fala competente com a pessoa coerente é poderosa didaticamente. As técnicas de comunicação também são importantes para o sucesso do professor. Um professor que fala bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas, o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida consegue bons resultados com os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda , que traga novidades, que varie suas técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem.


 ESCOLA CONECTADA- Que tipo de aluno/cidadão a escola de hoje está formando com a aprendizagem desenvolvida nas nossas escolas?

 MORAN- Estamos formando-na prática e em geral-alunos pouco competentes intelectualmente, emocionalmente e eticamente. Intelectualmente porque não desenvolvem o gosto pelo conhecimento, porque não vibram com os desafios, porque se sentem sufocados por mil obrigações incompreensíveis. A maioria não lê com prazer, não entende realmente textos mais complexos, não compara diferentes versões. Criamos pessoas acomodadas intelectualmente, que se contentam com o primeiro resultado de pesquisa no Google. Emocionalmente o sistema é sufocante. Preocupa-se mais com a repetição do que com a criação, não enxerga a pessoa como um todo. Os alunos pouco se expressam, pouco produzem e pouco comunicam dos seus sentimentos, afetos; da sua vida. Se a preparação intelectual é falha, a emocional então é desastrosa. Quanto mais avançam os alunos em idade, menor é a preocupação da escola com o emocional, que é relegado à esfera pessoal. A formação ética é também muito precária e difícil, porque precisa ser ensinada com o exemplo, numa sociedade onde todos os dias nos é mostrado que os bem sucedidos desprezam os valores éticos fundamentais.Ao preocupar-nos mais-e mal-com o intelectual, deixando de lado as outras dimensões formativas, estamos preparando alunos individualistas, consumistas, interessados na sobrevivência econômica, com
pouca solidariedade e contato entre os diversos grupos sociais, principalmente as elites, que se encastelam em escolas próximas dos condomínios fechados, de costas para a grande maioria dos cidadãos. É um crime termos escolas (e não são poucas) que se organizam para reforçar a exclusão, que se fecham em guetos, mantendo os alunos distantes da realidade social.


 ESCOLA CONECTADA- Que propostas você teria para reorganização do currículo que se encontra desconectado das experiências dos alunos, tornando-o significativo, relacionando-o às experiências e vivências pessoais dos alunos?

 MORAN- O ideal é trabalhar com projetos significativos que integrem várias áreas de conhecimento, sem disciplinas estanques, sem horários de cinqüenta minutos para cada uma. Como isso é complicado, na prática, para a maioria das escolas, podemos articular melhor algumas grandes atividades ou projetos em cada semestre, que integrem algumas dimensões dos conteúdos de cada disciplina e preocupar-nos com que cada educador foque muito mais a vivência, a experiência, a reflexão a partir de situações lúdicas, de histórias, de contatos efetivos com as múltiplas realidades de hoje. Se os alunos não percebem que tudo está interligado e que cada tema, assunto se relaciona com o restante, o currículo continuará uma colcha de retalhos, um mosaico fragmentado e sem sentido. Se o currículo continuar organizado por disciplinas, é fundamental que cada uma seja estimulante, atraente e esteja articulada com as demais. O aluno tem que perceber essa ligação continuamente, o que não acontece atualmente. Fazendo menos tarefas e mais atividades integradoras significativas podemos contribuir para que haja uma maior integração curricular. Olhando para os próximos anos, os currículos serão muito mais flexíveis e personalizados. Teremos, em geral, menos disciplinas obrigatórias e alguns eixos temáticos principais, sem um único modelo, imposto da mesma forma e simultaneamente para todos. Algumas áreas serão privilegiadas - como saber ler, interpretar, escrever, contar, raciocinar - e depois serão oferecidas alternativas diferentes de avançar na formação. Haverá atividades individuais e atividades colaborativas, em que os alunos pesquisem e desenvolvam projetos em grupo e aprendam através de interação, da participação e da produção conjunta. Os alunos terão mais liberdade para a escolha de atividades artísticas, cuja importância será muito maior do que hoje. Cada aluno irá construindo um percurso em grande parte comum, mas adaptado a si mesmo, personalizado, a partir de um diálogo permanente com seu professor-orientador e muitos alunos estudarão em casa, conectados e só participarão de alguns processos de avaliação externa para certificação. A educação escolar será muito mais voltada para a prática, para a pesquisa, para projetos, para atividades integradas semi-presenciais. Dará menos ênfase ao conteúdo; será mais rápida (módulos mais curtos) não organizada em disciplinas e sim em grandes temas e questões, com abordagem cada vez mais interdisciplinar e complexa. Focará mais o desenvolvimento de projetos, de pesquisas, jogos, de aprender juntos e também individualmente. 

 ESCOLA CONECTADA- Uma aprendizagem significativa está relacionada à possibilidade dos alunos aprenderem por múltiplos caminhos de forma colaborativa, permitindo o desenvolvimento de competências e habilidades. Nesse contexto, como
tornar a sala de aula um espaço de aprendizagem significativa?


 MORAN- Um dos momentos pessoais chave para eu entender as mudanças na educação aconteceu em um curso intensivo que dei em um colégio particular de Curitiba. Os professores do ensino médio criticavam como era difícil dar aula para adolescentes desmotivados, dispersivos, barulhentos, indisciplinados. Uma professora de português deu um depoimento diferente. Segundo ela, não tinha problemas maiores com esses mesmos alunos. E ela detalhou o seu método de trabalho. 1)"Eu gosto dos meus alunos e me preparo positivamente para as aulas". Gostar dos alunos, gostar deles como são, com as dificuldades que trazem, com o jeito que se vestem, falam e escrevem. Gostar deles: é óbvio, mas fundamental para obter sucesso pedagógico. Muitos professores parece que não apreciam os alunos, sentem-se distantes deles, só os criticam e se preparam para a aula como para uma guerra e, evidentemente, ela acontece. 2)"Procuro surpreendê-los sempre". Crianças e jovens gostam de novidades, de sair da rotina. A professora dizia que os alunos aguardavam sempre por alguma surpresa. Às vezes era de caráter pedagógico: um vídeo diferente, uma nova dinâmica. Outras era simplesmente uma peça de vestuário, um chapéu, algo que tivesse relação com a aula. As aulas são diferentes umas das outras. Utiliza bastantes tecnologias de ilustração como vídeos, CDs, DVDs, pesquisa na Internet. Todo educador precisa surpreender e cativar seus alunos sempre. 3)"Faço os acordos possíveis para as atividades, pesquisas e forma de apresentação". A professora procura negociar com os alunos os sub-temas de uma pesquisa, a forma de apresentá-los e de divulgá-los. Os alunos fazem suas propostas e chegam a um acordo com a professora. Uns preparam um vídeo, outros um CD, outros desenvolvem uma peça de teatro. Acontece sempre um grande evento no fim do semestre para ampliar a repercussão dos trabalhos. Os alunos se sentem valorizados, levados em consideração e correspondem participando com entusiasmo. Na educação o mais importante não é utilizar grandes recursos, mas desenvolver atitudes de comunicação e afetivas favoráveis e algumas estratégias de negociação com os alunos, chegar a consensos sobre as atividades de pesquisa e a forma de apresentá-las para a classe. Por que, se isso parece tão simples, os colegas dessa professora se queixavam tanto dos mesmos alunos que com ela colaboravam?. Hoje, o professor, em qualquer curso presencial, precisa aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora, pois antes ele só se preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, continua com os estudantes no laboratório (organizando pesquisas, produzindo novos materiais), na Internet (atividades a distância) e no acompanhamento das práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aprendiz à realidade, à sua profissão (ponto entre a teoria e a prática)-e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina, estando visível na grade curricular, flexibilizando o tempo de estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de aprendizagem. Educar com qualidade implica em organizar e gerenciar atividades didáticas em, pelo menos, quatro espaços.
1) Reorganização dos ambientes presenciais A sala de aula como ambiente presencial tradicional precisa ser redefinida. É um espaço para algumas informações, para debate, para organização de projetos, para mostrar seus resultados. As salas de aula podem tornar-se espaços de pesquisa, de desenvolvimento de projetos, de intercomunicação on-line, de publicação, com a vantagem de combinar o melhor do presencial e do virtual no mesmo espaço e ao mesmo tempo. Pesquisar de todas as formas, utilizando todas as mídias, todas as fontes, todas as maneiras de interação. Pesquisar às vezes todos juntos, outras em pequenos grupos, outras individualmente. Pesquisar na escola; outras, em diversos espaços e tempos. Combinar pesquisa presencial e virtual. Relacionar os resultados, compará-los, contextualizá-los, aprofundá-los, sintetizá-los. 2) Aprendizagem em ambientes digitais Há três campos importantes para as atividades em ambientes digitais: o da pesquisa, o da comunicação e o da produção-divulgação. Pesquisa individual de temas, experiências, projetos, textos. Comunicação, realizando debates off e on-line sobre esses temas e experiências pesquisados. Produção, divulgando os resultados no formato multimídia, hipertextual,"linkada" e publicando os resultados para os colegas e, eventualmente, para a comunidade externa ao curso. O professor precisa hoje adquirir a competência da gestão dos tempos a distância combinados com o presencial. O que vale a pena fazer pela Internet que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a motivação, que traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo. Estes ambientes virtuais incorporam cada vez mais recursos de comunicação em tempo real e off line, de publicação de materiais impressos, vídeos, etc. Recursos de edição on-line: professores e alunos podem compartilhar idéias, modificar textos, comentá-los. Podem fazer discussões organizadas por tópicos (off line) e fazer discussões ao vivo, com som, imagem e texto. Os ambientes de aprendizagem se integram aos programas de gestão acadêmica e financeira. Com a mesma senha os alunos acessam seu histórico escolar, seus pagamentos, seus cursos. Tudo se integra cada vez mais; tudo fala com tudo e com todos. 3) Aprendizagem em ambientes experimentais, profissionais e culturais A escola pode estender-se fisicamente até os limites da cidade e virtualmente até os limites do universo. A escola pode integrar os espaços significativos da cidade: museus, centros culturais, cinemas, teatros, parques, praças, ateliês, centros esportivos, centros comerciais, centros produtivos, entre outros. A escola pode trazer as manifestações culturais e artísticas próximas, fazendo dos alunos espectadores críticos e produtores de novos significados e produtos. Inserir atividades teóricas com as práticas, a ação com a reflexão. Trazer pessoas com diversas competências para a escola mostra novas possibilidades vocacionais para os alunos. Os alunos precisam ser incentivados a desenvolver projetos concretos de conhecimento e mudança do bairro, da cidade e de ampliação do contato com projetos de outras escolas, de outras instituições dentro e fora do nosso país. O laboratório pode ser um espaço importante de integração entre as atividades presenciais e as virtuais, entre o mundo concreto e o abstrato, entre a teoria e a prática. Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situações reais,
experimentais, profissionais ligadas aos seus estudos, a aprendizagem será mais significativa, viva, enriquecedora.


 ESCOLA CONECTADA- Na sua opinião, que desafios são encontrados numa educação comprometida com a aprendizagem significativa? 

MORAN- Estamos caminhando para uma nova fase de convergência e integração das mídias: Tudo começa a integrar-se com tudo, a falar com tudo e com todos. Tudo pode ser divulgado em alguma mídia. Todos podem ser produtores e consumidores de informação. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados. O mundo físico se reproduz em plataformas digitais e todos os serviços começam a poder ser realizados física ou virtualmente. Há um diálogo crescente, muito novo e rico entre o mundo físico e o chamado mundo digital, com suas múltiplas atividades de pesquisa, lazer, de relacionamento e outros serviços e possibilidades de integração entre ambos, que impactam profundamente a educação escolar e as formas de ensinar e aprender a que estamos habituados. As mudanças que estão acontecendo na sociedade, mediadas pelas tecnologias em rede, são de tal magnitude que implicam- a médio prazo - em reinventar a educação como um todo, em todos os níveis e de todas as formas Escolas não conectadas são escolas incompletas (mesmo quando didaticamente avançadas). Alunos sem acesso contínuo às redes digitais estão excluídos de uma parte importante da aprendizagem atual: do acesso à informação variada e disponível on-line, da pesquisa rápida em bases de dados, bibliotecas digitais, portais educacionais; da participação em comunidades de interesse, nos debates e publicações on-line, em fim, da variada oferta de serviços digitais. Quanto mais distante a escola se encontra das grandes cidades, mais dramática costuma ser a exclusão digital. Hoje não basta ter um laboratório na escola (quando existe) para acesso pontual à rede durante algumas aulas. Hoje todos os alunos, professores e comunidade escolar, precisam de acesso contínuo a todos estes serviços digitais para estarmos dentro da sociedade da informação e do conhecimento. Outro desafio importante é atrair profissionais competentes para a educação. Profissionais (educadores, gestores) bem preparados, remunerados e atualizados são fundamentais para uma educação inovadora. Muitos estudantes que gostariam de lecionar desistem diante dos salários baixos e das condições atuais de trabalho. Os melhores alunos deveriam ser incentivados para serem professores. Não é o que acontece, atualmente.  

ESCOLA CONECTADA- Que estratégias devem ser trabalhadas pelo professor para centrar sua ação educativa numa aprendizagem significativa? 

MORAN- Numa sociedade mais complexa, com mais informações disponíveis, o professor precisa ser muito mais criativo nas suas propostas, atividades, mediação. A melhor estratégia é a da auto-motivação. Professor motivado motiva os alunos. Professor que mostra entusiasmo pelo que fala, pelo conhecimento, contagia os alunos. Professor desanimado, desanima. Professor muito rico de vivências, leituras, práticas, recursos encontra estratégias diferentes de orientar alunos e turmas diferentes.
A comunicação aberta, acolhedora é fundamental para o sucesso pedagógico. O acolhimento afetivo é condição fundamental de aprendizagem significativa, integral. Aprendi muito com alguns educadores abertos, acolhedores, competentes e confiáveis e que me traziam mais desafios do que soluções; que me incentivavam a continuar buscando, mais do que trazer respostas prontas. Alguns recursos são importantes; utilizar situações do cotidiano (filmes, histórias, poesia, arte....). Fazer a ponte com o que acontece no dia a dia, com situações marcantes na mídia. Se tratamos temas mais abstratos, encontrar sua aplicabilidade, sua utilidade hoje, não só no futuro. Hoje, com a Web 2.0, com tantos recursos gratuitos, como blogs, wikis (escrita pode colaborativa), com as câmeras digitais e a facilidade de publicar textos, vídeos e falas, o professor pode enriquecer as atividades negociadas com os alunos de forma muito mais diversificada e interessante. Ensinar e aprender hoje pode transformar-se em um estimulante e fantástico desafio, que nos realiza profissional e pessoalmente.
 



Texto disponível em www.eca.usp.br/prof/moran, no blog Educação humanista inovadora e em
http://www.escola2000.org.br/comunique/entrevistas/ver_ent.aspx?id=47

AUTONOMIA & IDENTIDADE






“Saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa, conhecer suas características e potencialidades e reconhecer seus limites é central para o desenvolvimento da identidade e para conquista da autonomia.


A capacidade das crianças de teremconfiança em si próprias e o fato de sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e amadas oferecem segurança para a formação pessoal e social.
A possibilidade de desde muito cedo efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades favorece o desenvolvimento da auto-estima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes.

O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização.



Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas
sejam valorizadas e aproveitadas para o
enriquecimento de si próprias." (RCN,1998, p. 11)








A Autonomia


"A autonomia, definida como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras,valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro.


"Do ponto de vista do juízo moral, nessa faixa etária, a criança encontra-se numa fase denominada heteronomia, em que dá legitimidade a regras e valores porque provém de fora,
em geral de um adulto a quem ela atribui força e prestígio.

Na moral autônoma, ao contrário, a maturidade da criança lhe permite compreender que as regras são passíveis de discussão e reformulação, desde que haja acordo entre os elementos do grupo" (RCN,1988 p.14)


"Com efeito, fala-se em autonomia em relação ao fazer: dir-se-á de uma ccriança que amarra sozinha os sapatos que é autônoma para essa ação." (TAILLE, 2007 p.26)


Identidade

"A identidade é um conceito do qual faz parte a idéia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de modos de agir e de pensar e da história pessoal.
Sua construção é gradativa e se dá por meio das interações sociais estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e se funde com o outro para diferenciar-se dele em seguida, muitas vezes utilizando-se da oposição." (RCN,1998 p.13)

sábado, 21 de abril de 2012










Afetividade, cognição dupla essencial para aprendizagem.

Ainoan de Oliveira Rocha de Paula

“O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação um diálogo íntimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar idéias e colocá-las ao serviço de sua própria vida.” (Cláudio J. P. Saltini)

Por muitos anos paira no ar dos envolvidos com a educação uma pergunta que para muitos, até pouco tempo atrás, estava sem resposta; como se aprende e o que nos leva a aprender?  Durante muitas décadas vem-se estudando o que faz com que cada indivíduo tenha interesse pelos conteúdos e o quê ou quais mecanismos cognitivos permitem que se aprenda.
No decorrer dessas investigações no intuito de responder a essas indagações muito se falou (e ainda se fala) nas funções cognitivas, na inteligência, em QI, etc. Contudo já há algumas décadas que um aspecto, uma dimensão que compõe o processo de aprendizagem e que não era levada em consideração vem sendo investigada. Durante essas investigações vem ficando claro cada vez mais que não se pode falar de aprendizagem sem falar na emoção, nos sentimentos, na afetividade.
Ao falarmos da inteligência e da aprendizagem, precisamos nos referir também, e sempre, à emoção, às ligações e às inter-relações afetivas. Seria impossível entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e convergente cada vez maior de nossos interesses e amores por aquilo que olhamos, tocamos e que nos alimenta a curiosidade. (SALTINI, 2008, p. 57)
Somos seres tanto cognitivos quanto afetivos, não podemos separar esses aspectos de nossa natureza humana. Por muito tempo imperou a visão cartesiana que tentou separar a razão da emoção nos indivíduos, afinal que nunca ouviu a expressão “não se deixe levar pelas emoções”, como se as emoções apenas estivessem envolvidas com as ações negativas, agressivas, etc.
As pesquisas têm trazido à tona que é cada vez mais necessário que os educadores procurarem conhecer e ouvir os educandos em sua totalidade, em todas as dimensões que compõem o ser – dimensão cognitiva, social, biofísica, afetiva, psicológica. E a melhor forma do educador conhecer o educando é se relacionando com ele, pois a aprendizagem se dá por intermédio das relações interpessoais professor-aluno, aluno-aluno, professor-turma, etc. E apenas se relacionando com os alunos é que o educador poderá compreender como é essencial a relação cognição e afetividade para o processo ensino-aprendizagem ocorrer da melhor forma possível.

Para saber mais:
Livros indicados:
 Afetividade e Inteligência, Cláudio J. P. Saltini, Wak Editora, Rio de Janeiro, 2008;
Henri Wallon. Psicologia e Educação, Abigail Alvarenga Mahoney e Laurinda Ramalho de Almeida (orgs.), Edições Loyola, São Paulo, 2009;
Afetividade e aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Abigail Alvarenga Mahoney e Laurinda Ramalho de Almeida (orgs.), Edições Loyola, São Paulo, 2009.
Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas, Valéria Amorim Arantes (org.), Summus editorial, São Paulo, 2003.

Sites:
Vídeos:

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vencendo os erros
Use os equívocos identificados nas  atividades para ajudar o aluno a superar barreiras e seguir aprendendo


Ninguém tem dúvida de que ensinar o que é correto está na raiz da profissão docente. Com base nessa concepção, por muitos anos se pensou que era papel do professor identificar os erros e puni-los. Prova disso é o próprio sistema de avaliação que se desenvolveu. Os estudantes são testados sistematicamente, muitas vezes recebendo notas baixas e, em casos extremos, sendo retidos no mesmo ano letivo. Afinal, aluno bom é só o que acerta. 

Teorias desenvolvidas ao longo do século 20 vieram mostrar que a história não é bem essa e que o errado é quem pensa assim. Beira o impossível aprender algo sem antes cometer equívocos. Eles fazem parte da aprendizagem: são obstáculos que as crianças ultrapassam quando estão em busca do conhecimento. "Muitos professores não compreendem que as respostas dadas por elas (mesmo que distantes do padrão apontado pela ciência) têm explicações lógicas e evidenciam avanços significativos", afirma Evelyse dos Santos Lemos, pesquisadora do Ensino de Ciências e Biologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. 

Ver o erro como um indicador do raciocínio do estudante possibilita criar situações que o levem a pôr as ideias inadequadas em xeque. É preciso analisar as incoerências, categorizá-las e problematizá-las (leia exemplos de atividades nas páginas seguintes). A chave é levar todos a pensar sobre o que não sabem e, com isso, aproximá-los do conhecimento esperado para o nível em que estão. Um olhar atento é fundamental para entender os erros, que são de diferentes tipos. 

- Construtivo É o que demonstra as hipóteses do aluno acerca de qualquer conhecimento (matemático, linguístico, científico, histórico, geográfico ou artístico) naquele momento. É um dos mais comuns e importantes do ponto de vista pedagógico, já que permite colher informações riquíssimas sobre as aprendizagens, dando origem a novas estratégias de ensino. Os estudos desenvolvidos na área de alfabetização pelas argentinas Emilia Ferreiro e Ana Teberosky ajudam a explicá-lo. Depois de analisar as ideias dos pequenos sobre as características do sistema alfabético, as pesquisadoras conseguiram agrupá-las em cinco níveis. Com isso, o que antes era visto como erro de escrita passou a ser encarado como parte do processo de aprendizagem. Cada um desses patamares demonstra uma série de saberes adquiridos e exige intervenções específicas. 

- Conceitual Reflete a não-compreensão de determinado conceito ensinado. Se a criança não entendeu o que aquela ideia quer dizer, não consegue responder à pergunta. Nesse caso, não tem jeito: é preciso dar um passo para trás e retomar o tema. 

- De distração Ocorre quando o aluno possui a estrutura cognitiva necessária para a compreensão de um fenômeno e já se mostrou capaz disso, mas deixa de dar a resposta correta. Nesse caso, basta apontar para ele a falta de atenção e pedir um cuidado maior na realização das atividades. 

- Pelo uso de uma lógica diferente da proposta pelo professor Acontece quando a criança lança mão de meios cognitivos alternativos para resolver uma questão. Mesmo que a resposta esteja correta, o que está em jogo nesse caso é a aprendizagem da estratégia. Por isso, é importante valorizar o método usado deixando clara a necessidade de empregar o procedimento específico. 

Outros equívocos dos alunos permitem identificar problemas relativos ao ensino ou ao desafio apresentado em sala. Eles podem ser de dois tipos. 

- Provocado pela pergunta Resultado da falta de compreensão sobre um termo ou conceito do enunciado ou da questão em si por estar mal formulada. O caminho, aqui, é propor novas atividades para deixar claro o que está sendo pedido. 

- Suscitado pela falta de conhecimento didático do professor Facilmente identificável quando a maioria dos estudantes apresenta respostas que indicam a não-compreensão do tema trabalhado em sala. Adotar outra forma de ensinar o conteúdo é fundamental em momentos como esse. 





Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/vencendo-erros-678561.shtml

domingo, 1 de janeiro de 2012

Refletindo - Decisões




Pensando um pouco sobre o que foi meu ano de 2011 e planejando o meu ano de 2012 percebi que precisamos entender que nem tudo que nos acontece é por acaso. As coisas que acontecem ou deixam de acontecer dependem de nossas decisões, sejam tomadas individualmente ou com a ajuda de outras pessoas, mas sempre essas decisões vão nos trazer consequências esperadas ou inesperadas, pois até a ausência de uma decisão já constitui uma decisão de não fazer algo.
Por isso tome suas decisões em 2012 com mais consciência, seja responsável até nos momentos de aparente irresponsabilidade.
Deixo a todos o meu sincero desejo de um 2012 abençoado. Com saúde, paz, sabedoria e de decisões acertadas e conscientes.

Um beijo no coração de todos!

Para refletirem deixo um texto que reencontrei ontem em minhas pastas que ne lembrava mais que existia.

O passarinho

Existia próximo a uma pequena cidade, uma casinha bem simples, no alto da serra, onde morava um velho, sábio, contador de estórias, uma pessoa querida e respeitada por todos que viviam naquela região.
Certo dia um grupo de garotos, travessos, sonhadores e com energia transbordando tiveram uma “brilhante” idéia:

“– Hoje nós vamos desbancar aquele velho! Vamos mostrar pra ele que ele é capaz de errar... A gente pega o passarinho, bem pequenininho, coloca entre as mãos, vai até ele e pergunta o que é que a gente tem na mão. Como ele é sábio, facilmente vai responder. Aí é que a gente ferra ele: vamos perguntar, depois que ele acertar que é um pássaro, se o passarinho está vivo ou morto. Se ele responder que está vivo, a gente aperta a mão e força o pescoço do pássaro, em seguida, mostramos para ele que está morto; se responder que está morto, a gente abre a mão e o bichinho sai voando. De todo jeito ele vai sair perdendo.”

E assim fizeram. Pegaram o passarinho e dirigiram-se eufóricos, até a casa do velho. Aproximaram-se, todos contentes e foram perguntando, subestimando a capacidade do homem:

“- O que é que a gente tema aqui entre as mãos?”
Ele olhou... olhou..., observou e respondeu:
“- Um passarinho.”
“- Muito bem! Acertou. Agora, diga-nos: este passarinho está vivo ou morto?”
Olhando bem nos olhos de cada um dos garotos, com voz serena e cheia de autoridade, respondeu:
“- Depende de vocês! A vida ou a morte deste passarinho está em suas mãos.”

Depende de nós tomarmos decisões todos os dias, sejam decisões para realizarmos algo ou de como iremos lidar com as coisas que nos acontecem!